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Espinoza e o Deus de Einstein

Foto do escritor: FrançoisFrançois

Baruch de Espinoza, nascido Benedito, nasceu em Amsterdã em meados do Século Dezessete. Mas não é de origem holandesa. De família judia portuguesa, nasceu na Holanda porque sua família foi obrigada a fugir de Portugal. E a fuga deu-se por conta da perseguição inquisitorial do "santo ofício" português, uma das inquisições mais brutais da Europa católica.


Adolescente ainda começou a estudar filosofia e geometria, aprofundou-se no conhecimento da era clássica e as influências do pensamento grego nas escolas da formação teológica do cristianismo. Tanto de Sócrates e Plantão, revisitados pela Patrística, que tem em Santo Agostinho seu nome mais ilustre; quando de Aristóteles, restaurado pela Escolástica, que tem de símbolo maior Santo Tomás de Aquino.


Toda sua formação parte de princípios negadores da superstição e das crenças estabelecidas no conluio entre igrejas e Estados. Começou por questionar a própria família, negando preceitos e intolerâncias do judaísmo. O que produziu contra ele a extrema medida do chérem, que é a expulsão judaica, semelhante à excomunhão católica, sendo mais rigorosa ainda.


Contrariou os pensamentos de Descartes e Leibniz, seus contemporâneos. Mergulhou profundamente no estudo da matemática, ética e geometria. Na maturidade, produziu o seu pensamento relativo a Deus. "Deus sive natura", isto é, "Deus, ou seja, natureza".


E ensinou que Deus não cria a coisa, Deus é a coisa. Deus não é transcendente na relação como o Universo, é imanente. Não está fora, gerindo, controlando ou julgando. É contido nele. Sem consciência de administração transcendente.

A flor que desabrocha é Deus, a erva daninha que mata a roseira também. A chuva que que fecunda a terra é Deus, a seca que a resseca também.


O Deus dos nossos silvícolas, Tupã, é de igual imanência. Seus templos são matas, rios, florestas e tabuleiros. Quando precisa reclamar, não o faz sem antes clarear. Por isso o índio entende que a luz do relâmpago antecipa-se ao esturro do trovão.


Quando perguntaram a Albert Einstein se ele acreditava em Deus, ele respondeu: "Acredito no Deus de Espinoza".

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